Castas
Castas

Muitas das castas produzidas na Região dos Vinhos Verdes

são consideradas autóctones à custa da sua antiguidade nesta Região e pelo facto de terem surgido apenas no noroeste ibérico. Este é talvez dos factores que traduz com maior intensidade a especificidade do Vinho Verde.

Principais castas brancas:

Alvarinho

Casta cultivada particularmente na sub-região de Monção e Melgaço, mas dada a sua elevada qualidade tem sido levada para outros pontos da região e do país. O vinho caracteriza-se por uma cor intensa, palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto e complexo, que vai desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá e líchia, a flor de laranjeira e violeta, a avelã e noz, e a mel, sendo o sabor complexo, macio, redondo, harmonioso, encorpado, persistente e com notas minerais que contribuem para a frescura característica.
A casta Alvarinho apresenta grande potencial de guarda e evolução em garrafa. Por vezes com nuaces de fermentação e estágio em barrica, mantendo sempre um lado fresco. Com o tempo a casta adquire aromas a laranja madura, marmelo, notas de avelã, noz (carácter amendoado) e mel (carácter caramelizado).

Arinto (Pedernã)

Casta cultivada por toda a Região (não recomendada na sub-região de Monção e Melgaço). Também conhecida como Pedernã, atinge o seu mais elevado nível de qualidade nas zonas interiores da região. Os vinhos são de cor citrina a palha, apresentam aroma rico, do frutado dos citrinos e pomóideas (maçã madura e pêra) ao floral (lantanas). O sabor é fresco, mineral com um toque salino, harmonioso e persistente.
Apresenta grande potencial de guarda, com o tempo a casta adquire notas de compota de pêssego.

 Avesso

Casta cultivada particularmente na sub-região de Baião, mas dada a sua alta qualidade, tem sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e Sousa. Produz vinhos de cor intensa, palha aberta, com reflexos esverdeados, aroma misto entre o frutado (laranja e pêssego), o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o caráter frutado dominante, delicado, subtil e complexo. O sabor é frutado, intenso, fresco, harmonioso, encorpado e persistente. Carácter salgado e de grande estrutura, crocante e volumoso. Estas potencialidades de aroma e sabor revelam-se somente alguns meses após a vinificação.
Grande potencial de guarda. Mesmo com a evolução mantem notas de fruta branca (marmelo, pera) com excelente volume de boca.

 Azal

Casta cultivada particularmente em zonas do interior onde amadurece bem e atinge o seu nível de qualidade quando plantada em terrenos secos e bem expostos das sub-regiões de Amarante, Basto, Baião e Sousa. Produz vinhos de cor amarela citrina descorada até ao marmelo citrino mais intenso. Aroma frutado (lima, limão por vezes toranja e maçã verde) . Sabor frutado a limão verde, com notas cítricas e também minerais. Apresenta uma excelente frescura. Preserva o carácter fresco e cítrico, tornando-se mais elegante e harmonioso ao longo do tempo.

 Loureiro

Casta cultivada em quase toda a região e melhor adaptada às zonas do litoral, não sendo recomendada apenas nas sub-regiões mais interiores como Amarante, Basto e Baião. Antiga e de alta qualidade, produz vinhos de cor citrina até ao amarelo palha. Carácter frutado, desde citrino (limão) e maçã verde, mentolado com destaque para o carácter floral: delicado (lembrando rosas) a terpénico doce (lembrando o jasmim). Pode também apresentar notas de mel e até aromas tropicais. Sabor frutado refrescante, elegante mineral e persistente. Evolui para notas de mel e cera da abelha. Casta bastante versátil.

Trajadura

Casta cultivada por toda a região (não recomendada na sub-região de Baião), de boa qualidade, produz vinhos de cor amarelo citrino descorado ao amarelo palha dourado. Aroma a frutos maduros (maçã, pera e pêssego), com domínio da maçã verde em anos frios. Na boca apresenta um carácter frutado, sabor macio, redondo, com uma acidez moderada e bastante elegante. Evolui para aromas melados, e fruta madura, na boca a evolução intensifica a grande estrutura da casta, final de boca longo e aveludado.

 Principais castas tintas:

Espadeiro

Casta de excelência para os vinhos rosados da região. Produz vinhos de cor desde o rsa pálido a rosado intenso à "casca de cebola" até ao salmão para as tonalidades "laranjas". Em vinhos tintos apresenta cor rubi clara e rubi. Aroma fresco com toques de frutos silvestres, sobretudo morango, por vezes cerejas e nuances de fruta tropical. Apresenta um sabor intenso, carácter frutado (morango intenso e notas de groselha), grande frescura, com final de boca fresco e de média duração. Boa capacidade de evolução desenvolvendo aromas de compota. A acidez natural bem vincada permite manter a frescura de boca ao longo do tempo. A cor evolui para tonalidades mais alaranjadas.

Padeiro

Cultivada particularmente na sub-região de Basto, sendo hoje também recomendada nas sub-regiões do Ave e do Cávado. Produz vinhos de cor rosado claro a rosado carregado. Aromas a frutos vermelhos (morango e framboesa), com tendência a aromas doces (goiabada fresca) que lembram "rebuçado". Casta com um carácter frutado dominante, sabor harmonioso, saboroso e persistente. Evolui para notas florais ligeiras e por vezes ameixa madura.

Vinhão

Casta de grande expansão é cultivada em toda a Região pela sua qualidade e dado ser a única casta regional tintureira. Produz vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma intenso a frutos vermelhos bem maduros como a groselha, amora preta, framboesas e, por vezes, carácter florar da violeta. Casta de grande carácter e volume, muita fruta na boca, gulosa, intensa, com sabor redondo e refrescante. Taninos firmes que oferecem mais complexidade. Final de boca muito persistente com uma pequena adstringência. Evolui para notas de cravo, cravina (mistura vegetal com doce). Taninos suaves. Muito gastronómico.